Preferência por concursos públicos em tempos de crise econômica


De acordo com dados da Pnad Contínua, pesquisa sobre o mercado de trabalho em âmbito nacional divulgada pelo IBGE na última quinta-feira (12), a taxa média de desemprego no país no trimestre fechado em janeiro ficou em 6,8%, o que supera o patamar de 6,5% do trimestre encerrado em dezembro. O estudo indica um retrocesso no caminho do pleno emprego, uma vez que, no período de maio a junho de 2013, a tendência era de estabilidade ou diminuição da taxa de desemprego. O novo índice também é maior que a taxa de 6,4% apontada em janeiro de 2014.

Em épocas de crise política e econômica e queda da taxa de empregabilidade da população, é comum o aumento na procura de colocações profissionais na carreira pública. “A crise econômica tem afetado praticamente todos os setores da economia nacional e o momento delicado tem reflexo direto e diário no bolso dos brasileiros. Diante deste cenário, a busca pela carreira pública só tem aumentado”, aponta o diretor da Central de Concursos, Jaime Kwei. Ele ressalta que, todos os anos, milhares de pessoas almejam ingressar na carreira pública, índice que costuma aumentar em tempos de crise, principalmente por conta da estabilidade proporcionada pelos cargos, além das boas remunerações e dos inúmeros benefícios.

Um dos principais atrativos, aponta Kwei, é o fato de os servidores contarem com as garantias da Lei 8.112, o chamado Estatuto dos Servidores Públicos ou Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos. O artigo 41 da Constituição Federal garante que esses servidores, nomeados para cargos de provimento efetivo, passem a ser estáveis após três anos de exercício. “Fora as condutas que ensejam a demissão como punição, o servidor estável somente poderá perder o cargo em três hipóteses: em virtude de sentença judicial transitada em julgado, por processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa e mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa”, explica. “Logo, o serviço público é a melhor opção de estabilidade financeira e profissional”, diz.

Além disso, outro atrativo bastante considerado para ingresso no funcionalismo diz respeito aos salários, principalmente quando comparados com os da iniciativa privada. “Existem diversos concursos com remuneração acima de R$ 5.000 e que exigem apenas ensino médio, enquanto cargos com exigência de nível superior pagam valores iniciais de até R$ 16.000. É difícil encontrar situações parecidas quando falamos de iniciativa privada”, diz Kwei.